A UMBANDA
Em meio as festas nas senzalas os negros escravos reverenciavam os orixás por intermédio do sincretismo com os Santos Católicos. Nessas festas eles incorporavam seus orixás, mas também começaram a incorporar os espíritos ditos ancestrais, como os pretos-velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos babalaôs, babalorixás, yalorixás e antigos "pais e mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África), que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material daqueles que estavam no cativeiro.
Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos pretos-velhos, como eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção.
Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.
A Umbanda é uma religião inserida na religiosidade cultural brasileira.
A Umbanda é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade, caridade e respeito ao próximo.
Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados Guias.
Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos Guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determidado Orixá. Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor.
Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental.
Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada Linha Espiritual.
A Umbanda é uma junção de elementos africanos (orixás e culto aos antepassados), indígenas (culto aos antepassados e elementos da natureza), católicos (o europeu, que trouxe o cristianismo e seus santos que foram sincretizados pelos negros Africanos), Espiritismo (fundamentos espíritas, reencarnação, lei do carma, progresso espiritual).
A Umbanda prega a existência pacífica e o respeito ao ser humano, à natureza e a Deus. Respeitando todas as manifestações de fé, independentes da religião. Em decorrência de suas raízes, tem um caráter eminentemente pluralista, compreende a diversidade e valoriza as diferenças. Não há dogmas ou liturgia universalmente adotadas entre os praticantes, o que permite uma ampla liberdade de manifestação da crença e diversas formas válidas de culto.
Seu principal lema é dar de graça o que de graça receber com amor, humildade, caridade e fé.
Zélio Fernandino de Morais, em 15 de novembro de 1908, acometido de doença misteriosa, teria sido levado a Federação Espírita de Niterói e, em determinado momento dos trabalhos da sessão Espírita manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina). Mais tarde, naquela noite, os espíritos se nomearam como Caboclo das Sete Encruzilhadas e Pai paulo.
Devido a hostilidade e a forma como foram tratados (como espíritos atrasados por se manifestarem como índio e um negro escravo). Essas entidades resolveram iniciar uma nova forma de culto, em que qualquer espírito pudesse trabalhar.
No dia seguinte, dia 16 de novembro, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.
Essa nova forma de religião inicialmente foi chamada de Alabanda, mas acabou tomando o nome de Umbanda. Uma religião sem preconceitos que acolheria a todos que a procurassem: encarnados e desencarnados, em todas bandas.
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